Ao longo das décadas, a ativista e documentarista Abigail Disney, herdeira do conglomerado de entretenimento, já doou mais de R$ 387 milhões (US$ 70 milhões) para caridade.

Em entrevista à BBC, Abigail disse que nunca se sentiu confortável com a fortuna que herdou, tampouco com o ilustre sobrenome.

“Eu tinha muita vergonha do nome Disney. Ficava aterrorizada que alguém descobrisse que eu era parente (de Walt Disney). Muitas vezes, não usava meu sobrenome e, às vezes, dava um sobrenome alternativo”, revelou.

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Recentemente, ela veio a público criticar a reabertura dos parques da Disney em meio à pandemia de covid-19; repudiou as profundas diferenças salariais dentro do conglomerado; e assinou uma carta junto com outros milionários solicitando o aumento dos impostos sobre pessoas com grandes fortunas.

“Basicamente, consegui manter o valor base, o mesmo valor por muito tempo, enquanto fazia contribuições bastante significativas para o bem-estar de outras pessoas”, afirmou.

Alguns anos atrás, pouco antes da morte dos pais, Abigail presenciou um episódio marcante que evidenciou o que ela considera ser o impacto destrutivo do dinheiro na sua família.

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“Meu pai e minha mãe eram as pessoas mais próximas e unidas que você pode imaginar. Eles cresceram juntos, e ele a pediu em casamento quando ela tinha 19 anos. Aos 20 anos, ela era a senhora Roy Disney”, disse.

“Quando ela estava com 70 anos, e começou a ter sintomas de Alzheimer, eles estavam casados ​​havia 50 anos, e ele a deixou por uma mulher da minha idade”, revelou.

“Foi devastador para minha mãe acima de tudo, que passou um ano e meio perguntando: ‘Para onde seu pai foi?’, porque ela esquecia e você precisava repetir. E isso foi incrivelmente doloroso. Mas foi devastador para mim estar lá com raiva do meu pai”.

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O colapso da família está diretamente relacionado o dinheiro, argumenta Abigail.

“Esse foi, honestamente, o sinal definitivo do tipo de podridão que o dinheiro cria no coração. Havia realmente tomado conta”, avaliou.

Este é, afinal, a conclusão do pseudo conto de fadas da família Disney:

“Quando meu pai deixou minha mãe, houve essa exposição pública de um traço cruel da sua personalidade, e senti um alívio que você nem imagina, de que pelo menos agora a nossa imagem pública correspondia ao que eu sabia que era de fato no privado”, disse.

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Atualmente, a herdeira tenta passar adiante seus próprios valores na criação dos filhos.

“Eu e meu marido decidimos priorizar certas qualidades que não têm nada a ver com dinheiro. Uma delas é generosidade. Todo mundo que é generoso que eu conheço também é uma pessoa feliz. Também ensino e falo muito sobre justiça”, explicou.

“Me certifico de que eles entendam que o dinheiro e o sobrenome não querem dizer nada sobre quem eles são”, concluiu ela.

Sobre o sentimento de relação à fortuna hoje, a norte-americana respondeu: “Me sinto muito mais confortável do que antes”.

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“Na verdade, eu sempre me imagino como o Mickey Mouse em Fantasia, quando ele rouba a vassoura do feiticeiro, e ela fica fora de controle. É exatamente isso. Você pode usar (o dinheiro) muito mal se for arrogante, impulsivo ou não pensar com clareza; se não for realmente maduro, atencioso e empático em relação ao efeito que tem nas pessoas ao seu redor, você pode fazer coisas horríveis com ele”… “Ou pode ser uma bela ferramenta”, finalizou.

Fonte: BBC

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Gabriel tem 24 anos, mora em Belo Horizonte e trabalha com redação desde 2017. De lá pra cá, já escreveu em blogs de astronomia, mídia positiva, direito, viagens, animais e até moda, com mais de 10 mil textos assinados até aqui.